O último relatório de 2008 da Agência Internacional de Energia alerta-nos: a […] redução de emissões de gases de efeito estufa, necessária para evitar as mudanças climáticas perigosas, pode não ser tecnicamente viável. Isso significa que o limite da concentração de CO2 e (gás carbônico equivalente) na atmosfera em 450ppm (partes por milhão), aconselhável para circunscrever o acréscimo de temperatura da terra em torno de 2ºC até o ano de 2050, não será possível, devido ao constante aumento do uso dos energéticos não renováveis (carvão mineral, petróleo e gás natural). Tais energéticos são indispensáveis para manter o modo de vida da atual sociedade de consumo, bem como para garantir o desenvolvimento dos países emergentes (China, Índia, Brasil, etc.).
Esses fatos projetam para o futuro um aumento das concentrações de CO2 e a níveis superiores a 550ppm, com a provável elevação da temperatura da terra para entre 3°C e (aos perigosos) 6ºC. Nessa temperatura, o equilíbrio climático poderá romper-se, acarretando conseqüências desastrosas para a vida. Assim, os pífios avanços nas decisões das conferências sobre o clima e nos resultados dos discursos das autoridades dos países propalados de forma pouco compromissada com a vida na terra têm contribuído para agigantar a hercúlea tarefa de inverter a crescente concentração de gases de efeito estufa, para evitar as mudanças climáticas perigosas, que apontam dias difíceis nos meados deste século.