As políticas públicas para a agricultura familiar sempre tiveram como objetivo aumentar a produção de alimentos, gerar renda no campo e incentivar a organização econômica dos produtores. Recentemente, no entanto, o Brasil ousou avançar em propostas para esse segmento produtor, validando decisões da Convenção-Quadro Para o Controle de Tabaco da Organização Mundial da Saúde — tratado internacional de saúde pública, que visa à orientação e à implantação, pelos países signatários, de políticas que apoiem o combate ao tabagismo.
O Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), foi criado para apoiar alternativas de reconversão economicamente viáveis aos fumicultores. Projetos de pesquisa, de capacitação e de assistência técnica e extensão rural foram instituídos e, em parceria com prefeituras, procuram orientar esses agricultores na técnica de plantio de novas culturas e no acesso aos mercados. Para o Rio Grande do Sul, que detém cerca da metade da área plantada com tabaco no Brasil (informação sobre o ano de 2010), o Programa pretende alcançar cerca de 10.000 agricultores familiares, cuja produção está praticamente concentrada em 11 municípios, que perfazem cerca de 40% da quantidade produzida, da área plantada e do valor da produção no Estado.
A policultura parece ser a alternativa mais favorável, uma vez que outros programas de apoio do MDA, como o Programa de Aquisição de Alimentos e o Programa Nacional de Alimentação Escolar, garantem a comercialização das colheitas, assim como o Programa Mais Alimentos, que possibilita o acesso ao crédito para a aquisição de tratores e utilitários.