A Organização Mundial da Saúde (OMS), no conjunto das ações socioeconômicas que tem por objetivo alcançar a salubridade ambiental, destaca a importância da coleta em rede independente e o tratamento dos esgotos cloacais. Nesse sentido, a melhora das condições de balneabilidade das praias oceânicas mais populosas nos verões gaúchos é um caso concreto de exemplo positivo de investimentos em saneamento (iniciados nas décadas de 80 e 90 do século passado), beneficiando a saúde e o bem-estar dos veranistas.
A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) é a responsável pelo monitoramento ambiental das águas das praias, através do Projeto de Balneabilidade, tendo uma série histórica a partir de 2003-04 disponível em seu site. O parâmetro de controle utilizado para a classificação em própria ou imprópria para banho é a quantidade dos micro-organismos do grupo coliformes termotolerantes, os quais devem estar abaixo de 1.000 por 100 mililitros de água da amostra.
Ressalta-se que, mesmo sendo consideradas próprias, isso não significa ausência de microrganismos patogênicos e outros resíduos. As águas de chuvas lavam pátios, telhados, calçadas e ruas, que drenam as praias, alterando negativamente a balneabilidade.
A tabela apresenta a situação do monitoramento das águas das principais praias, nos veraneios de 2003-04 e em 2012-13, elencando os maiores valores no período de novembro a fevereiro. Selecionou-se sete pontos de monitoramento, de um total de 57 em todo o RS, sendo dois em Torres e um no centro das demais praias consideradas: Capão da Canoa, Imbé, Tramandaí, Cidreira e Cassino. No veraneio 2003-04, apenas Torres, dentre os pontos analisados, apresentou condições impróprias. Já no período 2012-13, apenas a foz do rio Mampituba continuou imprópria, apesar de uma grande redução da contaminação. As demais praias apresentaram condições próprias, demonstrando, de uma maneira geral, tendência de redução da contaminação.