Os dados da Secretaria de Segurança Pública do RS relativos às taxas de homicídios nos municípios gaúchos, para os anos de 2002 e de 2010, nos possibilitam fazer alguns comentários.
Analisando a tabela, verificamos que, entre os anos citados, houve estabilidade na taxa global de homicídios do Estado. Em 2002, ocorreram 1.591 homicídios no RS, o que dá uma taxa de 15,4 por 100.000 habitantes. Em 2010, foram computados 1.653 homicídios em todo o Estado, resultando em uma taxa de 15,43 para cada grupo de 100.00 habitantes. Para efeito de comparação, a taxa de homicídios para o Brasil, segundo dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, foi de 28,5 por 100.000 habitantes em 2002 e de 26,2 para o ano de 2010. Isso resulta em uma queda de 8,1%, aproximadamente.
A tabela está dividida em oito classes diferentes de municípios, segundo o porte demográfico dos mesmos. Para a classe de municípios de até 5.000 habitantes, a taxa média de homicídios registrada para o ano de 2002 foi de 5,04 e de 8,84 para o ano de 2010. Isso resulta numa variação de 75,24%, a maior entre as classes. Tal variação pode ser explicada porque muitos municípios dessa classe apresentam taxa anual de homicídios igual a zero. Quando registram um homicídio, suas taxas anuais aumentam exponencialmente.
A queda de 27,87% na taxa de homicídios para a classe de municípios de 10.000 a 20.000 habitantes foi a maior entre todas as classes especificadas.
Porto Alegre, que é o único município integrante da classe com mais de 500.000 habitantes, teve uma queda de 14,16% na taxa de homicídios, no período, indicando um recuo dos crimes letais contra a pessoa na capital gaúcha, entre os anos citados. Uma possível explicação para esse fenômeno seria uma combinação de aumento nas taxas de escolaridade e de aumento da renda da população portoalegrense entre os anos considerados.